O estudo foi desenvolvido pelos investigadores do grupo Comparative, Adaptive and Functional Skeletal Biology do CCMAR e pelo grupo Environmental Chemistry do CIMA. 

Como avaliar o efeito tóxico dos microplásticos em pequenos peixes sem interferir com as experiências  
Os microplásticos e a poluição deste lixo marinho nos ecossistemas aquáticos representa uma grande preocupação para o ambiente e saúde humana. Os peixes teleósteos - peixes com esqueleto ósseo – como o peixe-zebra e o medaka japonês são utilizados como organismos modelo para avaliar os efeitos dos microplásticos na fisiologia dos peixes. Estes estudos requerem a utilização de materiais inertes (quimicamente estáveis) e condições controladas. No entanto, nenhum dos sistemas atualmente comercializados é adequado para avaliar o efeito tóxico dos microplásticos, uma vez que contêm componentes feitos de polímeros plásticos que podem interferir com as experiências toxicológicas. Para solucionar este problema, os investigadores criaram e construíram recentemente um novo sistema de habitação autónomo, o ZEB316, que permite estudar e compreender os efeitos dos microplásticos no desenvolvimento destes peixes. 

As caraterísticas do novo sistema ZEB316 
O novo sistema de habitação desenvolvido pelos investigadores é constituído por materiais inertes, como o aço inoxidável 316 e vidro, que são resistentes à corrosão. Existem dois tamanhos disponíveis em que pode ser montado: um de 3,5 L e outro de 7,5 L, que podem conter entre 18 e 38 peixes adultos. Este sistema proporciona boas condições de habitação através de sistemas eficientes de recirculação de ar e filtração. A avaliação dos parâmetros da água e o crescimento dos peixes mostrou que o ZEB316 proporciona condições de habitação comparáveis aos sistemas de habitação comerciais disponíveis. 

As vantagens que o ZEB316 oferece ao mundo das ciências marinhas  
O ZEB316 foi desenvolvido para oferecer à comunidade científica uma solução rentável e fácil de construir, e que permita a outros laboratórios realizarem estudos toxicológicos de alta tecnologia. Uma vez que este sistema é praticamente livre de plástico, não irá libertar microplásticos nem reter poluentes nos componentes do sistema, permitindo um estudo toxicológico mais fiável. 

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