Investigadores descobriram que algumas algas vermelhas têm diferentes tamanhos de genoma
As nossas investigadoras Elena Varela-Álvarez e Ester Serrão conjuntamente com os investigadores João Loureiro e Mariana Castro (FLOWer Lab of the Centre for Functional Ecology, Universidade de Coimbra) e Patrick Meirmans (Universidade de Amesterdão) descobriram que espécies de algas vermelhas do género Porphyra têm diferentes tipos e tamanhos de genoma em diferentes células da mesma alga. Como resultado, publicaram recentemente um artigo na revista Frontiers in Marine Science.
Os genomas desta espécie
Antes de explicarmos a importância deste estudo, é importante perceber o significado de genoma. O genoma é toda a informação hereditária de um organismo que está codificada no seu ADN. Por sua vez, o tamanho do genoma refere-se à quantidade total de ADN presente em cada célula de um organismo ou de uma espécie.
Normalmente, espera-se que a quantidade de ADN por célula seja relativamente constante num indivíduo. No entanto, na natureza, algumas espécies apresentam indivíduos com heterogeneidade genómica ou células com diferentes tamanhos de genoma. Neste artigo, os investigadores dedicaram-se ao estudo de uma dessas espécies, a alga vermelha Porphyra, também conhecida por quem gosta de sushi ou outros pratos japoneses como Nori, em que os indivíduos são compostos por linhas de células com genomas de diferentes tamanhos.
Investigadores descobriram que espécies do género das algas vermelhas Porphyra têm genomas com tamanhos diferentes no mesmo indivíduo
As espécies do género Porphyra são importantes produtos marinhos. Há mais de 100 anos que estas espécies de algas marinhas têm sido amplamente cultivadas no Japão e noutros países. Em 1940, Drew revolucionou a produção destas valiosas espécies ao descobrir o seu ciclo de vida.
Neste estudo, os investigadores descobriram que as espécies das algas vermelhas Porphyra são formadas por células com diferentes tipos de genoma (um genoma euploide com um conjunto completo de cromossomas e outro genoma aneuploide com menos cromossomas ou mais).
Resultados podem ter repercussões importantes na compreensão da biologia das algas
Este estudo, representa não só um avanço no conhecimento da diversidade genética destas algas economicamente importantes, mas também um avanço na compreensão da biologia e evolução das algas vermelhas. Os investigadores acreditam que a presença destes tipos de genoma no talo quimérico desempenha um papel na formação da diversidade genética deste grupo de algas. Estes resultados podem ter repercussões importantes na compreensão da biologia das algas e levantar outras questões sobre os conceitos relacionados com a constituição do indivíduo.
Pode ler o artigo completo AQUI.