As pradarias marinhas são constituídas por plantas vasculares com um sistema subterrâneo de raízes e rizomas, que se reproduzem sexualmente através da produção de flores e frutos. Evoluíram de plantas terrestres que regressaram aos mares há cerca de 100 milhões de anos.
As ervas marinhas formam habitats complexos, altamente produtivos e de elevada biodiversidade, que fornecem uma infinidade de serviços ecossistémicos altamente valiosos contribuindo decisivamente para o bem-estar humano e a segurança das comunidades costeiras. São de importância fundamental para a produção pesqueira mundial, funcionando como verdadeiras maternidades e fornecendo abrigo e alimento para milhares de espécies, incluindo espécies ameaçadas e carismáticas, como os cavalos marinhos. Estes usam as pradarias marinhas para se agarrarem com as suas caudas preênseis, camuflarem, disfarçarem e capturarem presas.
Devido à sua distribuição esparsa, baixa mobilidade e baixa fecundidade, os cavalos-marinhos são particularmente vulneráveis a distúrbios antropogénicos do seu habitat. A Ria Formosa, que outrora suportou o maior número de cavalos-marinhos do mundo, está a sofrer crescentes perturbações que levam ao declínio das ervas e dos cavalos marinhos, cujo número é agora cerca de 10% do que já foi. Embora a degradação do habitat e alguma evidência de pesca ilegal possam ser causas para esse declínio, isso não é totalmente claro não se sabendo por exemplo, como o número de cavalos-marinhos varia sazonal ou anualmente, se existe declínio das fontes alimentares e se elas estão dependentes das ervas marinhas ou a função da estrutura e complexidade do habitat, e da disponibilidade de presas e de luz, no sucesso predatório dos cavalos marinhos.
O objetivo a longo prazo do SeagHorse é a reabilitação e sustentabilidade dos habitats de ervas marinhas e populações de cavalos-marinhos da Ria Formosa. Saiba mais sobre o projeto em: https://www.seaghorse.pt/