Anunciadas novas medidas de proteção para o coral vermelho  | - CCMAR -
 

Anunciadas novas medidas de proteção para o coral vermelho 

 

Nos últimos 15 anos, o nosso centro de investigação tem vindo a dedicar-se ao mapeamento de habitats marinhos, uma área de investigação importante para a implementação de políticas de ordenamento e gestão do espaço marinho. Estes trabalhos permitiram descobrir colónias de corais vermelhos a mais de 70 metros de profundidade. Como é um animal de crescimento extremamente lento, é muito vulnerável a impactos como a apanha ilegal. 

No Mar Mediterrâneo, populações inteiras de coral vermelho sofreram efeitos devastadores devido à sua apanha para a produção de joalharia. Em 2012, a Polícia Marítima Portuguesa apreendeu vários corais vermelhos capturados por apanha ilegal que expôs a vulnerabilidade deste recurso na costa Algarvia. Para identificar o material apreendido, as autoridades contactaram o CCMAR-Algarve para analisar estes animais. Foi então estimada a idade dos corais apreendidos, verificando-se que uma das colónias de coral vermelho tinha 140 anos, e que 90% das colónias tinham mais de 70 anos de idade. Com base nos corais apreendidos, temos desenvolvido uma série de estudos científicos para determinar o impacto da captura desta espécie no Algarve. 

Para preencher esta lacuna a nível legislativo, o Ministro do Mar Ricardo Serrão veio visitar-nos e embarcou numa viagem, com os nossos investigadores, para conhecer os nossos trabalhos de mapeamento dos fundos marinhos. Para assegurar a conservação desta espécie, os Ministérios do Ambiente e Ação Climática e do Mar uniram-se para implementar novas medidas de proteção do coral vermelho contra a apanha ilegal e outras ameaças.  O anúncio foi feito abordo da embarcação, onde ainda foi anunciado que "o Governo quer mão pesada sobre a captura furtiva de coral vermelho.”, e que as multas vão poder chegar aos 5 milhões de euros.

Os primeiros trabalhos desenvolvidos no CCMAR-Algarve eram restringidos até aos 30 metros de profundidade, uma vez que eram realizados através de mergulho com escafandro. “Nós identificámos, nos anos 90, a existência deste coral com amostras válidas, e só em 2011 é que conseguimos com imagens de ROV, ao largo de Sagres, ter o registo documental de coral vermelho”, explica o nosso investigador Jorge Gonçalves. Foi sobretudo com recurso a estes veículos de operação remota (ROV) que no âmbito dos projetos MESHATLANTIC, DEEPREEFS e HABMAR se registaram comunidades de corais em zonas mais profundas da costa algarvia, nomeadamente os bancos de coral vermelho Corallium rubrum

Para consultar resultados como este e outros resultados sobre genética populacional, vulnerabilidade a impactos e história da apanha de coral em Portugal pode ver AQUI

 

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