Fomos até São Tomé e Príncipe numa importante missão!
É urgente capacitar as comunidades locais com instrumentos apropriados de gestão da biodiversidade marinha para alcançar o crescimento sustentável da economia (crescimento azul), assegurar a sustentabilidade da pesca e conservação das espécies ameaçadas e em adaptação às alterações globais.
As nossas investigadoras Vânia Baptista e Alexandra Teodósio foram até São Tomé e Príncipe, onde apresentarem o projeto LittleFish-STP (financiado pela Aga Khan Development Network e Fundação para a Ciência e Tecnologia) aos parceiros, comunidades locais, governo e organizações não governamentais.
Porque fomos até São Tomé e Príncipe apresentar o nosso projeto LittleFish-STP?
Uma das grandes prioridades do projeto apresentado é obter resultados que possam ter um impacto significativo nas ilhas tropicais africanas e que esses resultados sejam aplicáveis noutros países e regiões em desenvolvimento no que respeita a medidas de gestão de conservação das espécies potencialmente ameaçadas. Neste caso, o projeto foca-se no peixinho (Sicydium bustamantei) uma espécie endémica (espécie que ocorre apenas numa determinada área ou região geográfica) das ilhas do Golfo da Guiné. O peixinho é um importante recurso pesqueiro em São Tomé e Príncipe, onde existe muito pouco conhecimento sobre a biologia, ecologia, ciclo de vida e pesca desta espécie.
O projeto pretende utilizar este caso de estudo do peixinho como um grande exemplo para a pesca deste tipo de espécies noutras ilhas tropicais. Além disso, também pretendemos utilizar estes recursos para desenvolver ações de capacitação para as populações locais sobre usos alternativos dos recursos marinhos, estudos de biodiversidade, avaliação da qualidade do habitat aquático e medidas de gestão da conservação em zonas próximas da costa e de quedas de água fluviais.
Apresentação do projeto a parceiros, comunidades locais, governo e organizações não governamentais
Durante a nossa visita, organizámos a reunião de lançamento do Projecto LittleFish-STP. O nosso objetivo era apresentar o projeto a instituições locais, Governo, Organizações não governamentais, comunidades locais e pescadores. Com a colaboração da Universidade de São Tomé e Príncipe e a ONG Mar Ambiente e Pesca Artesanal (MARAPA), desenvolvemos as estratégias de amostragem para o próximo ano. Para além disso, visitámos diferentes habitats de água doce e estuários para definir quais seriam os locais de amostragem nos rios da Ilha de São Tomé e Príncipe e as datas de início das saídas de campo para recolha de dados.
Tivemos ainda a oportunidade de nos reunirmos com os vários parceiros do projeto: a Direção das Pescas, Ministério da Agricultura e Pescas, Programa Tatô, comunidades de pescadores, vendedores e residentes de zonas onde o 'peixinho' é capturado.
Grande objetivo: desenvolver cursos intensivos em São Tomé e Príncipe para estudantes, investigadores, técnicos e comunidades locais
Nós, investigadoras do CCMAR e da Universidade do Algarve, queremos expandir estas iniciativas e colaborações em curso para liderar cursos de capacitação científica e técnica na Universidade de São Tomé e Príncipe e na ONG MARAPA. Os investigadores do CCMAR que fazem parte da equipa do projecto irão participar em várias campanhas de de amostragem na Ilha de São Tomé e Príncipe e desenvolver vários cursos intensivos para estudantes, investigadores, técnicos e comunidades locais.
Nos próximos três anos irão ser desenvolvidos vários estudos para analisar a biodiversividade marinha e a função dos ecossistemas em vários rios e zonas costeiras de São Tomé e Príncipe, um trabalho coordenado pelo CCMAR. Este projeto pretende integrar o Centro Colaborativo de Excelência em Ciências Marinhas em África (CCEMAR) já em desenvolvimento ao longo de todo o projecto Luandawaterfront (coordenado pelo CCMAR).