No dia 6 de junho, juntamente com os parceiros ISPA, LPN e ICNF, o CCMAR promoveu um evento de inauguração da nova exposição do Museu Oceanográfico do Portinho da Arrábida, intitulada “Arrábida: um laboratório natural para o estudo do Oceano”. Esta nova exposição permanente mostra como a Arrábida, com uma localização privilegiada, elevada biodiversidade e forte tradição de pesca, tem sido palco de grandes descobertas sobre o mar, acompanhando a evolução das ciências marinhas em Portugal e no Mundo. Desenvolvida no âmbito do projeto Inforbiomares, com a coordenação do CCMAR, esta exposição faz uma viagem no tempo, desde o tempo do rei D. Carlos a bordo do Iate Amélia, aos inúmeros estudos que se têm feito nos últimos anos. 
 Na cerimónia que decorreu no terraço do museu, com as praias da Arrábida como paisagem de fundo, foi também lançado o livro “Este Mar é Especial – Parque Marinho Professor Luiz Saldanha”, que celebra a riqueza do Parque Marinho Professor Luiz Saldanha e a proteção que oferece aos importantes ecossistemas que se encontram nestas águas. 

Entre os vários convidados e oradores, o Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos sublinhou que este foi um “dia especial, pois celebramos um momento em que se evoca, cada vez mais e de forma merecida, a memória do professor Luiz Saldanha. A exposição evoca a importância deste espaço para o estudo da biologia marítima, para a conservação da natureza e para história da oceanografia em Portugal.” O Ministro felicitou também o lançamento do livro “Este Mar é Especial”, da autoria de Rita Abecasis do CCMAR e Margarida Carvalho. “Esta publicação está extremamente bem ilustrada, cativa o olho e a atenção”, realçou. No evento, estiveram ainda presentes o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o presidente da Liga da Proteção da Natureza, representantes da Câmara Municipal de Setúbal, Sesimbra e Palmela, o Comandante e Capitão do Porto de Setúbal e Sesimbra e a Vice-reitora da Universidade do Algarve e investigadora do CCMAR. 

A cerimónia destacou o papel do Parque Marinho, criado em 1998, para a conservação dos ecossistemas marinhos da costa da Arrábida e os trabalhos científicos que o Parque Marinho tem vindo a promover, em particular o projeto Inforbiomares. Estes trabalhos, que o CCMAR tem vindo a desenvolver desde 2007 através do Programa BIOMARES, permitiram já caracterizar os ecossistemas da costa da Arrábida-Espichel, monitorizar os efeitos das medidas de conservação do Parque Marinho e implementar atividades de recuperação de habitats como as pradarias marinhas, florestas marinhas de macroalgas e corais. “Estas espécies, se estiverem presentes no ecossistema, servem de refúgio, abrigo, zona de alimentação e reprodução para outras espécies marinhas. É importante que essas espécies estruturantes estejam presentes porque aumenta muito a riqueza desta zona”, salientou a nossa investigadora e co-coordenadora do projeto Inforbiomares, Ester Serrão. Destacou ainda que existem “séculos de dados e mais de duas mil espécies marítimas registadas neste parque marinho, um valor elevadíssimo para uma área bastante pequena.” 

No dia 8 de junho, Dia Mundial dos Oceanos, os nossos investigadores estiveram no Museu Oceanográfico para abrir as portas às comunidades locais, utilizadores do Parque Marinho como os pescadores e as empresas maritimo-turísticas, e cientistas que contribuíram para o estudo deste mar especial.