Novo projeto de rede de arrojamentos de cetáceos e tartarugas marinhas do Algarve
A nossa investigadora Ana Marçalo, está a coordenar o novo projeto “Rede de Arrojamentos do Algarve - Cetáceos e tartarugas marinhas” (RAAlg) da Universidade do Algarve que tem como objetivo ativar a rede local de arrojamentos de cetáceos e tartarugas marinhas mortos ao longo do Algarve.
A equipa do projeto RAAlg já começou a trabalhar e recebeu o seu primeiro alerta no fim de outubro, de uma baleia arrojada morta na praia da Rocha em Portimão. O animal foi enviado para o aterro da Algar do Barlavento, onde a equipa realizou a necropsia e identificou o animal como sendo uma juvenil de baleia-sardinheira (Balaenoptera borealis), de 10 metros e com o peso de 8 toneladas. Esta é uma espécie de ocorrência rara na costa continental Portuguesa e o primeiro registo de arrojamento morto desta espécie no Algarve.
Em breve, irá ser criada uma página sobre o projeto, onde qualquer cidadão poderá registar um alerta de arrojamento na costa Algarvia, permitindo melhorar a resposta da equipa técnica aos alertas.
Presentemente, caso detete algum arrojamento pode contactar o número nacional da rede de apoio a mamíferos marinhos (ICNF) – 968849101, que por sua vez, encaminhará o alerta à RAAlg ou consultar a página da Rede de Arrojamentos do Algarve- Cetáceos e tartarugas marinhas (RAAlg) nas redes sociais - Facebook e Instagram.
A Rede Nacional de Arrojamentos é coordenada pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). No entanto, regionalmente pretende-se dar uma resposta mais rápida à ocorrência de arrojamentos e por isso urge, o quanto possível, a criação de redes locais sub-coordenadas por outras entidades (Universidades, ONG´s). Nesse sentido, a RAAlg integra uma equipa técnica de biólogos do CCMAR e Universidade do Algarve, disponível 24/7, credenciada e formada para responder a alertas de arrojamentos mortos de cetáceos e tartarugas marinhas ao longo de todo o Algarve, desde Odeceixe a Vila Real de Santo António. Todos os animais arrojados serão considerados para recolha sistemática de informação para a determinação de padrões de ocorrência e avaliação de causas de morte. A realização de necropsias a animais frescos está também contemplada para a obtenção de amostras para vários estudos. As deslocações estão a ser feitas com a colaboração dos vigilantes da natureza do Parque Natural da Ria Formosa (ICNF), entidade que também disponibilizou laboratórios nas suas instalações na Quinta de Marim em Olhão, para a realização de trabalhos afetos.