Novo superaditivo para rações de peixes do futuro
Investigadores do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) em cooperação com o CSIC (Espanha) concluíram que os ingredientes utilizados em Aquacultura podem ser substituídos por ingredientes de origem vegetal, sem que isso prejudique o crescimento do pescado ou comprometa a qualidade do mesmo. É mais um passo que a ciência dá no caminho da aquacultura sustentável.
Os cientistas descobriram que a adição de suplementos de butirato nas rações de peixes ajudam a preservar a função intestinal na dourada que é alimentada à base de rações vegetais. A investigação foi liderada por equipas do Instituto de Aquicultura Torre de la Sal (IATS-CSIC), em colaboração com os cientistas da Norwegian University of Life Sciences e CCMAR, em estreita cooperação com parceiros industriais (BIOMAR, NOREL).
O estudo foi conduzido no âmbito dos projetos AQUAEXCEL, AQUAEXCEL2020 e ARRAINA, todos eles financiados pela União Europeia.
As rações de aquacultura à base de vegetais são vistas como mais sustentávies do que as produzidas à base de farinha peixe. Contudo, embora em algumas espécies não haja registo de limitações, noutras verificou-se uma diminuição na eficiência com que digerem alimentos, aumentando a suscetibilidade a doenças e stress.
O butirato de sódio é um dos aditivos alimentares mais promissores a ser utilizados na aquacultura para evitar efeitos adversos. O cientistas explicam que este sal de de ácido gordo de cadeia curta é porduzido por fermentação bacteriana de carbo-hidratos não digeridos. Os estudos conduzidos possibilitaram aos cientistas definir a dose mais efetiva de butirato para a dourada, tendo por base o desempenho do crescimento e as medidas da função intestinal, arquitetura e permeabilidade.
A dourada, espécie que serviu como teste e à qual foi administrado o suplemento de butirato, apresentou menos problemas intestinais do que outras espécies quando submetidas a dietas vegetais, descoberta essa que foi suportada por várias abordagens de diferentes equipas dos projetos.
A investigação levada a cabo cruza diversas áreas de investigação e só foi possível graças à interação transfronteiriça que permitiu a troca e partilha de conhecimento entre os vários centros parceiros dos projetos, onde se inclui o CCMAR.
Link para o estudo: