O futuro da investigação sobre Carbono Azul
O carbono azul refere-se à elevada capacidade de sequestro de carbono do oceano e principalmente dos ecossistemas costeiros dominados por plantas, que contribuem significativamente para a mitigação do aumento de dióxido de carbono na atmosfera e consequente efeito de estufa.
Novo estudo reuniu mais de 30 especialistas mundiais que identificaram as perguntas chave que devem orientar a investigação futura sobre o carbono azul. Publicado na revista Nature Communications e liderado pelo Prof. Macgreadie da Deakin University (Austrália), o estudo foca o futuro desta emergente área científica. Carlos Duarte, Professor da King Abdullah University of Science and Technology (Arábia Saudita), acrescenta que “este trabalho vem informar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima e é considerado fundamental para encarar estes ecossistemas como uma solução natural para as alterações climáticas”.
“Na última década, o aumento de estudo científicos sobre o carbono azul tem vindo a revelar que, por unidade de área, os ecossistemas costeiros como os mangais de zonas tropicais, os sapais de zonas temperadas e as ervas marinhas, retiram mais dióxido de carbono da atmosfera do que as florestas tropicais”, revela Rui Santos, investigador do CCMAR (Centro de Ciências do Mar), Professor da Universidade do Algarve e um dos autores do estudo.
Segundo Rui Santos, “os ecossistemas mais importantes para a regulação do clima são também os que maior pressão humana sofrem. Em Portugal estamos a falar da vegetação das nossas rias e estuários, que ao longo de centenas de anos armazenam metros de sedimentos ricos em carbono. É urgente assegurar uma gestão equilibrada destes ecossistemas costeiros que permita manter o seu contributo para a regulação global do carbono mas também os muitos benefícios que prestam às populações, incluindo a exploração económica dos recursos que deles dependem”.
Artigo completo em https://www.nature.com/articles/s41467-019-11693-w