Os efeitos tóxicos das microalgas no ser humano | - CCMAR -
 

Os efeitos tóxicos das microalgas no ser humano

 

Sabia que existe uma espécie de microalgas tóxicas que aparece ao longo da costa portuguesa e que pode ser venenosa para os humanos? A responsável é a Gymnodinium catenatum, uma espécie de microalga que produz toxinas paralisantes que pode até causar a morte do ser humano em casos de ingestão de elevadas concentrações de toxinas.

Neste estudo, as nossas investigadoras Joana Leal e Maria de Lurdes Cristiano em colaboração com o Greencolab e o MARE, analisaram o perfil toxicológico de duas variantes genéticas destas microalgas e quais os seus efeitos nos bivalves. O próximo passo é encontrar uma solução que consiga anular estas toxinas transmitidas pelos  bivalves durante o seu processo de purificação (em que removem as impurezas que filtraram enquanto estiveram no mar).

 

O que descobriram os investigadores ao analisar o perfil toxicológico da microalga Gymnodinium catenatum?
No mar também existem várias toxinas marinhas que são prejudiciais para a saúde humana e que podemos ingerir através de alimentos como os bivalves e moluscos. Por isso, é necessário estudar-se o que afeta a qualidade e segurança de alimentos como o marisco.

Neste estudo, os investigadores decidiram analisar o perfil toxicológico de duas variantes genéticas da microalga Gymnodinium catenatum. Durante a sua investigação, descobriram que esta microalga produz toxinas paralisantes que podem causar consequências para o ser humano através da ingestão de animais marinhos como as amêijoas e os mexilhões (crustáceosmoluscos bivalves). Para além disso, permite aos investigadores saber que moléculas (toxinas) estão presentes na microalga bem como as suas quantidades. Esta informação sobre a estrutura química das toxinas é essencial para desenvolver novos métodos que sejam capazes de remover ou reduzir os níveis destas toxinas nos bivalves, durante o processo de purificação.

Esta descoberta é muito importante, uma vez que estas toxinas estão entre as principais responsáveis pelas proibições recorrentes da apanha de bivalves que resultam em enormes perdas económicas.

As experiências de remoção de toxinas decom bivalves in vivo estão em curso e têm a colaboração da Cooperativa de Viveiristas da Ria Formosa, um centro de purificação e expedição de bivalves.

 

Os próximos passos
A solução para este problema irá representar enormes ganhos socioeconómicos. A possibilidade de se acelerar a remoção de biotoxinas em bivalves vivos, poderá levar a uma redução do número de dias em que a apanha de bivalves é proibida, diminuindo assim as perdas económicas dos sectores da pesca e da aquacultura. 

Para além disso, esta solução também pode contribuir para uma maior oferta de alimentos saudáveis à base de proteínas animais, reduzindo assim a fome.
 

Pode ler o artigo completo AQUI.